segunda-feira, 2 de novembro de 2009

CERTEZA OU ENGANO I



Brincar é um ato importante e necessário a toda criança. Podemos afirmar que criança que não brinca não aprende. O brincar faz parte do desenvolvimento infantil e é através da brincadeira que a criança vai construindo sua identidade, seus valores e a sua personalidade. A partir da brincadeira a criança cria o mundo que ela deseja, ela vai entendendo como as coisas funcionam, vivenciam regras, ganham e perdem nas brincadeiras e percebem que nem por isso o mundo acaba.
Muitas vezes para brincar o brinquedo infantil está presente e é uma ferramenta muito importante. Antigamente brincávamos na rua, com aquilo que tínhamos. Na nossa imaginação estava um baú gigante de brinquedos e as manhãs, tardes e noites passavam rapidamente e coletivamente com nossos amigos construíamos castelos, fazendas, cidades, ilhas, escolas. Faz de conta que éramos fadas e bruxas, príncipes e princesas, soldados, mamãe e papai, amigos de escola, eram grandes aventuras como os episódios dos livros, gibis, desenhos animados ou séries de TV. Mas tudo isso de forma natural, como toda infância deve ser.
Hoje diante a sociedade industrializada, que tem seus valores marcados e apresentados através da mídia,onde as crianças são expostas diariamente a cenas ou atos de violência, agressões e morte, nas propagandas, noticiários ou novelas, ou muitas vezes são o objeto direto dessa violência, cada vez mais pedagogos, psicólogos, pediatras, educadores pesquisam sobre essa situação na infância e refletem sobre a importância do brincar e os brinquedos que compõem essa fase lúdica.
As crianças através dos brinquedos imitam as ações dos adultos, por exemplo, o cavalo-de-pau, surge por que era o principal meio de transporte da idade média, a boneca, é um dos brinquedos mais antigos e está presente em muitas culturas e é um dos brinquedos preferidos das crianças e as armas e as espadas também estão incluídas como preferência infantil, mais de meninos é claro.
Todos os anos uma das principais associações de moradores de Heliópolis a UNAS realiza a Festa do Dia das Crianças. É uma festa comunitária que conta com a riqueza da força comunitária e a parceria dos comerciantes locais. A cada ano essa festa está crescendo, pois algumas empresas parceiras dos projetos que já acontecem na comunidade também querem trazer a sua contribuição e isso ocorre de várias formas como doação de materiais para as brincadeiras, contratações de grupos musicais e de teatro e o mais tradicional, a doações de brinquedos.
Mas esse ano as crianças de Heliópolis receberam uma doação que causou estranheza as lideranças, aos comerciantes e aos parceiros. A comunidade recebeu do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo , através da primeira dama Mônica Serra dos quase 18 mil brinquedos,que poderiam ser bonecas, bolas, jogos de montar ou brinquedos educativos, não era isso, a surpresa foi geral quando abriram as caixas e lá estava ele, o soldado mais bem armado que já vimos.
Então se os jogos e materiais didáticos traduzem por si a idéia de uma educação natural dos instintos infantis o que dizer de crianças que recebem como presente do dia das crianças soldados altamente armados.
O lúdico possibilita liberdade, ou seja, outras formas de pensar a vida humana. As crianças de Heliópolis convivem no seu dia-a-dia com a dureza de uma realidade, mas com a possibilidade de mudança, de ter um futuro melhor e isso elas fazem no ato de brincar com aquilo que se tem ou ganha, através dos projetos sócio-educacionais existentes naquela comunidade.
Por isso questionamos se ganhar soldados (made in China, mas isso é uma outra reflexão) altamente armados de espadas, metralhadoras, granadas faz com que as crianças possam brincar pensando em outra realidade??
Não estou dizendo aqui que a criança não deve brincar com armas, que não deve saber da morte, mas estou refletindo aqui sobre a realidade de algumas crianças que já convivem no seu dia-a-dia com familiares que guardam todas essas armas dentro de casa, estou pedindo a reflexão sobre os brinquedos doados pelo governador José Serra.
O lúdico é a manifestação da cultura humana, e através das brincadeiras as crianças criam suas histórias e experimentam situações que podem transformar futuramente sua realidade, pois a criança ao brincar interioriza os modelos dos adultos de casa ou da TV.
Esse governo estadual está errando demais na educação. Vamos relembrar:
Em 18 de março a folha notícia que a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo recolheu 500 mil livros de geografia com erros, como dois Paraguais, fronteira permeáveis, erros de grafia, apostila de 6ª série com conteúdo de 7ª série, entre outros erros gravíssimos.
Em 19 de maio a Secretaria novamente recolheu mais de mil exemplares de um livro distribuído como apoio a leitura para alunos de nove anos, da terceira série do ensino fundamental que continham histórias recheadas de palavrões, piadas de duplo sentido, referências a agressões físicas e verbais e palavrões, além de imagens de mulheres seminuas.
Agora mais essa no dia das Crianças?
As Lideranças da comunidade de Heliópolis passaram o sábado e o domingo que antecedeu o dia das crianças desarmando os soldados de brinquedo. Dava vontade de rir e chorar conta a liderança, que não acreditava que estava fazendo aquilo, sendo que a comunidade passou por um momento extremo de violência recentemente em setembro com a morte de uma adolescente por policias militares de São Caetano do Sul.

Um comentário:

  1. Refletindo a prática
    Neste semestre vimos na disciplina de Natureza, Ciências e Sociedade diversos conteúdos. Vejamos a seqüência desses em seguida.
    Na primeira aula foi feita a pergunta: “O que eu espero dessa disciplina?”. Nós respondemos e entregamos para a professora. Em seguida, foi falado sobre educação humanizadora, tripé da Universidade, como deveria ser feito o portfólio, e a aplicação da atividade, “O que eu tenho na minha bolsa?”. Então, foi deixado como tarefa de casa a observação e o desenho do trajeto de casa a Universidade.
    Na segunda aula foram decididos os acordos coletivos, foi explicado o que é um portfólio, o que deve ser colocado no portfólio e como se faz um plano de aula. Depois, foi realizada uma dinâmica em grupo sobre valores.
    Na terceira aula foi realizado um resgate da aula anterior e foi explicado o que é bairro. Foi falado também sobre a primeira Constituição (1988) e apresentados os trajetos dos alunos, sendo feito comentários sobre as coisas vistas neste percurso.
    Na quarta aula (da casa a escola/ ao trabalho, a professora pediu a produção de um texto descritivo e passou duas questões para responder sobre o texto ”A cidade, o bairro”. Por fim, a professora falou sobre a prova, que ocorreu na quinta aula, A prova foi em grupo.
    Na sexta aula aprendemos o que é um bioma e quais são os biomas brasileiros. Assim, junto com a professora completamos o mapa do Brasil com os animais característicos e plantas características de cada bioma, depois a professora passou atividades a serem colocadas no portfólio e explicou sobre os trabalhos, sorteando os 12 temas para cada grupo. Ela deixou avisado que não teria aula no dia 22/04/2010, que seria a sétima aula.
    Na oitava aula, foram apresentados os grupos: 1 (Os insetos mais perigosos), 11( Como se forma a ferrugem), 3 ( Como nasce o cabelo e o 2 ( O passo a passo do tratamento de esgoto). Em cada apresentação foi feita uma avaliação que teve como critérios: o que chamou a atenção, como foi a explicação, como foi o envolvimento do grupo com a sala e se houve criatividade.A nota era de 1 a 5.
    Na nona aula foram apresentados os grupos: 12 (A história da Terra), 9 ( Nuvens negras, e chuvas de granizo), 8 (Eclipse lunar), além disso, os grupos 4, 5, 6 e 9 fizeram a apresentação incompleta.
    Na décima aula alguns alunos foram assistir à peça “Opera das Pedras”. Na próxima aula seria dada a finalização dos grupos.
    Ao observar todas as aulas podemos ver que os conteúdos foram apresentados em uma seqüência de maneira participativa, já que a professora mantém um ótimo entrosamento com os alunos. Por outro lado, existiram pontos negativos, como grupos que ficaram a desejar por falta de organização de tempo e recursos didáticos, e as aulas programadas que não foram dadas. Lembramos que alguns grupos não entregaram os planos de aula. Então, sugerimos que o tempo de apresentação dos grupos seja respeitado e que os grupos cumpram os combinados, como por exemplo, a entrega do plano de aula. Seria interessante que os temas fossem diversificadas sem repetição.
    Enfim, a prática reflexiva é fundamental na prática pedagógica, pois, através desse ciclo de prática-reflexão-prática, o planejamento e suas ações se aperfeiçoam cada vez mais, aliás, esse processo é válido para nossa vida também.
    Grupo: Gisele, Lucimara, Marizete e Rozilda.

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